domingo, 6 de julho de 2014

Mais de supermercado...

Feito um seguidor de determinadas religiões, começo a crer no Capeta/Belzebu/Tinhoso, que tem feito das suas, especialmente quando criou, aqui na Terra (vide meu grande amigo Adrián Varela), o hipermercado.

Hipermercado é uma subseção do inferno, no mínimo sua ante-sala ou pelo menos um purgatório. Diz-se que é lugar enorme, geralmente mal localizado na cidade, em que se estaciona para além do Sistema Solar, e para onde se dirigem toda a sorte de munícipes em busca de produtos de subsistência (ou não) a preço mais baixo (ou não).

Lá é mais fácil encontrar uma barraca de camping do que seu azeite de oliva preferido. Aliás, a barraca de camping está mais perto do Nescafé que do seu azeite - mas para descobrir isso já se andou pelo menos uns dois quilômetros.

Os cheiros predominantes variam: de Cheetos Tubinho à putrefação da carne em promoção, esta anunciada incessantemente nos alto-falantes por alguém que não consegue conjugar um verbo nem aplicar um plural. Isso sem falar no cheiro de desodorante ardido, perfume doce, ou axilas suadas.

Desvia-se de tudo: da senhora gorda "experimentando" as uvas da gôndola (e oferecendo à sua filha); de algum funcionário andando freneticamente de patins quando toca a sirene do caixa quando o cartão é negado; do carrinho de compras cheio, "esquecido" estrategicamente no meio do corredor.

Todas as ofertas são imperdíveis, da salsichinha mergulhada em conservantes cancerígenos até a batedeira de brinquedo "made in China".

Todas as filas de caixa demoram. Especialmente a sua. Especialmente o "caixa rápido de apenas X volumes". E na vez daquela senhora gorda, que está justamente à sua frente, ela vira pra trás e diz em alto e bom som que se esqueceu de um item importante (a lata de Toddy/o xampu de Jojoba/a farinha láctea) e pede para a filha ir buscá-lo... "Pode esperar um minutinho?". Enquanto isso, ela recarrega os créditos do celular pré-pago, e pega um papelzinho no bolso porque não sabe o número do próprio telefone de cor.

Após valiosas horas perdidas e muitas sacolas plásticas (cada vez mais finas e frágeis) que se rasgam no calvário rumo ao estacionamento, a gente pragueja. Nem pensa em devolver o carrinho à loja, até porque, ao se aproximar do próprio automóvel, antes tem-se de retirar um ou mais carrinhos vazios que algum munícipe colocou de sacanagem para que não se consiga abrir o porta-malas.

Jura nunca mais voltar. Jura comprar no mercadinho perto de casa, pensando estimular o pequeno comerciante. Jura só... até o próximo mês.

"Diabos, esqueci de validar o tíquete do estacionamento!"

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