domingo, 6 de julho de 2014

A "modernidade" da Medicina

Os arautos da tal da modernidade da Medicina me aborrecem, porque parecem desconhecer a História.

Hoje, por exemplo, é o "Dia Mundial do Combate à Infecção Hospitalar". Pois bem, século XXI, antibióticos, quimioterápicos, cirurgias robóticas e marketing à parte, ainda olhamos com certa estranheza para a MESMA placa do Dr. Semmelweis, posta à porta da maternidade do Hospital de Viena:

"A partir de hoje, 15 de maio de 1847, todo estudante, ou médico, proveniente da sala de anatomia, é obrigado, antes de entrar nas salas da clínica obstétrica, a lavar as mãos, com uma solução de ácido clórico, na bacia colocada na entrada. Esta disposição vigorará para todos. Sem exceção." (I.F. Semmelweis).

Sem saber da existência de bactérias, Semmelweis deduziu que as infecções ("febres", muitas vezes letais) das mulheres no pós-parto derivavam da inobservância da higiene das mãos dos médicos e estudantes de medicina, que numa sala dissecavam cadáveres para logo em seguida examinarem as gestantes. Ele ampliou sua observação, verificando também que pacientes vivos e não só cadáveres poderiam transmitir as tais febres para pacientes saudáveis. Conseguiu, assim, diminuir a mortalidade por este tipo de infecção para menos de 2%, ante 20% previamente à lavagem de mãos.

Mesmo com estes dados irrefutáveis, Semmelweis foi ridicularizado pelas sociedades médicas da época, sendo que suas recomendações só foram aceitas quase 15 anos depois...!

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