"Você não consegue ligar os pontos olhando em frente; você apenas consegue conectá-los olhando para trás.” (Steve Jobs)

"Você não consegue ligar os pontos olhando em frente; você apenas consegue conectá-los olhando para trás.” (Steve Jobs)

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Na foto da esquerda estou bastante cansado, de pé ali no canto, após oito horas de uma das cirurgias mais complexas do aparelho digestivo: a esofagectomia transtorácica por video. 

Ela é indicada para pacientes com câncer de esôfago (mas não só) e foi realizada nesta semana com os residentes Alini Luz e Rodrigo Galvão, no Serviço de Gastrocirurgia do Hospital do Servidor Estadual - SP.

Exatamente no mesmo dia e hora, terça-feira, 11h00, a mãe de uma paciente minha era submetida a igual procedimento, na Unicamp, por um de meus ex-professores.

Ambos pacientes estão evoluindo muito bem no pós operatório.

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Na foto da direita estou feliz (e menos grisalho) em 2013, no meu casamento com a Patricia De Paulo Giacon, ao lado meus tios Helge e Marina. 

Eu morei na casa deles durante toda faculdade de Medicina. Foram meus pais por seis anos. 

Tio Helge, uma das pessoas mais extraordinárias que conheci, faleceu em 2015 por complicações dessa cirurgia. 

Ele tinha câncer de esôfago em fase inicial.

E justo nesta semana completo dezesseis anos de formado. 

Meus tios me permitiram ser médico.

Eu penso no meu tio quase todos os dias. Era um sábio. Eu queria que ele estivesse vivo e sorrindo desse jeito, sempre com uma história e um conselho na ponta da língua.

Se hoje faço cirurgias de alta complexidade (que muitas vezes não dão certo) mas são a única possibilidade de cura, é porque no fundo eu gostaria que os “tios Helges” de cada família fiquem por aqui nos ajudando e aconselhando por mais algum tempo.

E, de preferência, sorrindo assim.

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Dr. Marcos Claudio Radtke 

CRM SP 107 503 

Aparelho Digestivo - Cirurgia e Oncologia

Alameda dos Maracatins, 1435 - Cj 1009 - Moema

São Paulo - SP

📞 (11) 5041 5507

📱 (11) 97694 9582

Tem heroínas de verdade...sim.

Kaio é um menino especial. Nasceu com paralisia cerebral, e até um ano de idade respirou e se alimentou por sondas. 

Uma vez retiradas, o orifício na barriga por onde a sonda alimentar passava nunca cicatrizou. 

Em quinze anos, esse menino desenganado cresceu, se desenvolveu, e hoje tem uma vida plena. 

Foram também quinze anos procurando alguém para operá-lo, sem sucesso, entre internações, antibióticos e bastante sofrimento. 

Ontem nós o operamos: e ele se saiu muito, muito bem. 

Nada de secreção mal cheirosa saindo pela barriga. Achei que eu tinha sido um herói. 

Que engano! 

Kaio e sua irmã foram adotados por uma mãe (hoje viúva) que já tinha cinco filhos (um falecido): TODOS adotivos. Foram SETE adoções. 

Eu até posso fazer diferença na vida das pessoas, pontualmente. Mas tem gente, como essa mulher, que faz a diferença na vida das pessoas para todo o sempre. 

Estes, sim, são heróis de VERDADE.

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E quando o médico fica doente? (Publicado em Outubro/2018)

(Publicado em Outubro/2018)

Há trinta dias fui internado pela primeira vez na vida: um quadro de “gripe”, que viria ser uma pneumonia grave, além de - pra minha surpresa - tuberculose. 

Foram treze dias no hospital, isolado, tomando antibióticos e nove quilos mais magro.

Na alta, em casa, às voltas com o tratamento nada confortável da tuberculose, tinha recuperado um pouco de peso. 

De repente, na sexta-feira, faço 39,9º de temperatura, falta de ar e palpitação: em menos de 3 horas eu reinternava em sepse direto na UTI. 

Melhorei, já estou no quarto, mas sem previsão de alta ou de volta ao trabalho. 

Duas infecções graves em 30 dias. 

Cansei de pensar, já chorei sozinho e morria de medo de ter transmitido alguma coisa pra minha filha e esposa, que está grávida. 

Sim, estamos grávidos, descobrimos quando internei na primeira vez. 

Hoje já consigo organizar alguma coisa na minha cabeça: sobrou muito pouco. 

Muito pouco mesmo: esposa que tem se desdobrado, filha que sente nossa falta, família e alguns bons amigos preocupados. 

Enfim, sobrou o essencial. 

Não tenho idéia do dia de amanhã: queria ficar bom hoje.

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Participação Programa Papo em Dia - Luciano Faccioli e Duda Rodrigues

Gostaram da minha foto, eu acho.

Amanhã (sexta - 1/11) meio-dia, falarei na Rede Brasil (Sinal aberto ou Canal 13 NET) AO VIVO sobre refluxo, estilo de vida, refluxo x câncer, prefeito de São Paulo... será que sobrevivo?

Marca alguém aqui que “tem estômago de avestruz” mas vive tomando remédio escondido por conta própria!

Transmissão também ao vivo pela internet.

http://www.rbtv.com.br

Espero vocês lá!

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Assunto muito sério...

Assunto sério. Cada vez mais jovens diagnosticados com câncer do sistema digestivo.

Esta semana o prefeito de São Paulo, @brunocovas foi diagnosticado com um câncer na transição entre o esôfago e o estômago, chamado cárdia.

A trombose na perna foi o início de tudo: muitos tumores de manifestam com esse quadro, chamado de síndrome paraneoplásica.

O prefeito não tinha sintomas da doença, que incluem dificuldade de ingerir alimentos, emagrecimento e sensação de engasgo.

O câncer de esôfago pode evoluir de um quadro longo e não tratado de refluxo!

Infelizmente eu vejo cada vez mais no consultório pacientes jovens com esse diagnóstico!

Já fez o seu check-up?

#drmarcosradtke
#canceresofago 
#videocirurgia

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Dia do Médico

“Dia do Médico”

Não, não é só por amor. 

Tem amor, mas também tem determinação: anos e anos de faculdade, residência médica, títulos e especializações.

Tem muito de paixão que me move para frente, sem exatamente saber de onde essa paixão vem: só sei que é infinita.

Tem um quê de vaidade, daquele olhar do outro que me alimenta mas também que pode me intoxicar.

Tem dias de angústia, do não saber o que fazer, de pensar que fiz demais, de me martirizar pensando se fiz de menos; dias em que eu morro um pouco de tanto pensar.

Tem o limite da minha impotência: de me apequenar ante o inevitável, à finitude da vida.

Tem a busca do conhecimento, e sobretudo, a transmissão do pouco que sei (e do muito que ignoro) para gerações e gerações de novos médicos.

Tenho a habilidade manual para a cirurgia (acho que é forma de artesanato mais nobre), condizente com a minha família ambidestra; de avôs e tios marceneiros e carpinteiros, de mãe artista e professora.

Tem amor, paixão, determinação, vaidade, (re)conhecimento, perseverança, limite, angústia, impotência, habilidade… tudo isso apoiado no eixo que é o ENCONTRO HUMANO.

O encontro para o bem na vida do outro é algo indescritível.

Eu não só faria, como faço: tudo de novo, todos os dias.

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Médico e "Coaching"

Descobri que sou pai e médico “anti-coaching”.

Eu raramente penso “fora da caixa”. Minhas filhas - especialmente a mais velha - sabem exatamente quando - e por quê - eu fico bravo. Meus residentes sabem como eu me comporto nas cirurgias.
Tem a hora de dormir, de escovar os dentes, de comer e tomar banho. De não fazer malcriações. 

Tem hora de não operar, de fazer este ou aquele procedimento. “Pensar fora da caixa” pode, de um lado, custar a educação de alguém; e, de outro, a vida de alguém.

Atitudes “disruptivas” não são comigo. Valentia e coragem apenas quando estritamente necessários. Num extremo, a disrupção pode levar à... destruição.

Detesto sair da minha “zona de conforto”. Aliás, a coisa mais difícil do mundo é tomar decisões sob pressão. 

Eu trato de pessoas que em sua maioria perderam a saúde há tempos. E muito gravemente. Já vivo sob pressão de todos os lados: dos pacientes, dos familiares, dos prognósticos sombrios, do sistema de saúde. 

Meus pacientes ultrapassaram em muito a busca da “qualidade de vida”: eles vem me pedir a vida de volta, o que quase nunca consigo prometer. 

São pessoas que sentem dor, que tem medos, que sofrem ou complicam de procedimentos de minha inteira responsabilidade e podem não sobreviver. 

Tenho, claro, “propósitos e missões” de vida. Mas passam longe de expansionismos do ego; e não são máscaras a esconder interesses secundários: seguidores, curtidas, ou dinheiro. 

Neste mundo invertido, de gente e verdades fluidas, onde a responsabilidade pode ser de qualquer um, menos do indivíduo, tenho valores a conservar e um legado a perpetuar. 

Eu, hoje, talvez seja o contrário do contrário.

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Novo logotipo... tulipa?

Finalmente meu logotipo ficou bom. Deriva de uma obsessão minha por tulipas, flores que só se adaptam bem no inverno, em condições em que a maioria delas não sobrevive.

Mas não é uma tulipa comum: eu mesmo que a inventei desse jeito, como se parte dela “saísse” do chão até ficar de pé.

Esta tulipa é uma analogia ao que eu faço: ajudar as pessoas a melhorar a saúde, com foco na saúde digestiva. 

O meu papel, como cirurgião, é trazer a pessoa de volta às suas maiores potencialidades: resgatá-la do seu chão até novamente conseguir ficar em pé, por si mesma.

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Tendo saúde...

“Doutor, tendo saúde o resto a gente se vira”

Só fui dar valor para o clichê, quando “perdi” a saúde e fiquei doente. Logo eu, mais grave que muitos de meus (já graves) pacientes.

Descobrimos da gravidez da nossa segunda filha logo na minha internação.

Meses depois, quando a Martina nascia, eu precisaria estar pronto: saudável, mais próximo, focado não tanto no trabalho, mas na casa e na família.

E eu fiquei, cem por cento.

A vida recomeça aos 42 anos.

Não vou perder esta nova oportunidade.

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Ao mestre, com carinho

“Se vi mais longe, foi porque me apoiei em ombros de gigantes.” (Isaac Newton)

Há 14 anos eu deixava a cidade de Campinas, com dor no coração, depois de três anos de residência em cirurgia.

“Você está pronto, precisa sair do ninho e voar sozinho. Precisa construir sua própria ‘igreja’...”

Foram então as palavras do Dr. Nelson Brandalise, chefe da cirurgia do Hospital, as mais duras e sábias que já tinha escutado.

Mas eu queria ter ficado mais um pouco, Dr. Brandalise, pois não me sentia pronto.

Assim, segui para São Paulo, vieram mais dois anos de subespecialização, e ali me estabeleci. 

Depois de tanto tempo, reencontrei meu antigo chefe num Congresso em Campinas, e conversamos bastante.

Pude lhe dizer, com muito orgulho, que tudo o que havia me ensinado eu não só aplicava no meu dia-a-dia - com ótimos resultados para os pacientes - como também ensinava aos meus residentes; e estes, por sua vez, replicavam após término da sua formação.

“Marcos, um dia a gente vai embora. Mas o que a gente ensina pra alguém, ah... isso não acaba nunca.”

Obrigado, mestre. Por tudo.

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