sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

Em que tempo vivemos?

Sou descendente de alemães e a maior chaga que a Alemanha carrega (e carregará por um bom tempo ainda) se chama Nazismo (ou Nacional-Socialismo). Há uma infinidade de teses, livros, filmes, documentários e reportagens que tentam (em vão) entender as atrocidades cometidas por esta ideologia.

Em visita à Berlim, eu soube que existe uma geração de jovens alemães que simplesmente desconhecem boa parte deste pedaço da História: são filhos e netos de gente que tentou apagar a memória daqueles anos horrendos. Pessoas que se envergonham do próprio passado, e que encontraram nessa "amnésia seletiva" uma forma menos dolorosa de encarar o presente.

Hoje, nas ruas daquela capital, pode-se deparar facilmente com turmas de crianças (de sete a doze anos) que, guiadas por professores, são levadas a conhecer os monumentos em memória às vítimas do Nazismo (judeus, ciganos, homossexuais, deficientes físicos...)

A Alemanha aos poucos está deixando de ter vergonha de si mesma, fazendo com que seus jovens cidadãos voltem a ter consciência crítica do passado.

Depois de muitos anos, a "base teórica" do Nacional Socialismo, a obra "Mein Kampf" ("Minha Luta") de Hitler, foi liberada para publicação.

Era até então censurada.

Aqui, no Brasil, pessoas estão comprando o livro e denunciando as livrarias ao Ministério Público, clamando pela volta da proibição da obra, por "incitação ao ódio, ao racismo, e ao anti-semitismo", argumentos estes totalmente verdadeiros.

Mas, para sabermos disso, precisamos primeiramente ler a obra para então decidirmos (aliás, uma das armas da propaganda nazista era queimar livros em praça pública, estimulando os jovens a ler apenas as publicações do Partido).

Quem lê, decide. Quem não lê, desconhece.

E quem lê também decide se outros podem ler?

Em que tempo vivemos? 

Em que tempo queremos viver?

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Dr. Marcos Claudio Radtke CRM 107503
Cirurgião do Aparelho Digestivo - Gastro e Oncologia, na Zona Sul de São Paulo.

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