domingo, 19 de julho de 2020
Fazer a diferença
segunda-feira, 15 de junho de 2020
A gente forma mas não deforma...
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Dr. Marcos Claudio Radtke
CRM SP 107 503
Aparelho Digestivo - Cirurgia e Oncologia
Alameda dos Maracatins, 1435 - Cj 1009 - Moema
São Paulo - SP
📞 (11) 5041 5507
📱 (11) 97694 9582
Nossa pequena esfera de controle...
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Dr. Marcos Claudio Radtke
CRM SP 107 503
Aparelho Digestivo - Cirurgia e Oncologia
Alameda dos Maracatins, 1435 - Cj 1009 - Moema
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A UTI do Covid19
Terminado o meu plantão na UTI de pacientes #Covid19.
Estamos numa força-tarefa em que todas as especialidades médicas ajudam os médicos de UTI e Infectologistas, a dividir um pouco a carga desse enorme desafio.
Vi a teoria invertida na prática: alguns jovens morrendo, idosos se recuperando.
Gente muito grave, de VERDADE.
O que mais me impressionou foi a equipe assistencial: coesa, comprometida, exausta: médicos, enfermeiros, técnicos, auxiliares, fisioterapeutas.
Gente de VERDADE, cuidando de gente muito grave.
Aprendi muito. Relembrei meus tempos de aluno na UTI do Hospital Universitário da UFSC.
Não sei quando, mas vamos sair dessa. A força dos indivíduos, somada, move o mundo.
Um conselho? Cuide da sua saúde.
P.S.: Obrigado às Dras. Beatriz e Lívia, pela paciência!
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Dr. Marcos Claudio Radtke
CRM SP 107 503
Aparelho Digestivo - Cirurgia e Oncologia
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sábado, 2 de novembro de 2019
"Você não consegue ligar os pontos olhando em frente; você apenas consegue conectá-los olhando para trás.” (Steve Jobs)
"Você não consegue ligar os pontos olhando em frente; você apenas consegue conectá-los olhando para trás.” (Steve Jobs)
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Na foto da esquerda estou bastante cansado, de pé ali no canto, após oito horas de uma das cirurgias mais complexas do aparelho digestivo: a esofagectomia transtorácica por video.
Ela é indicada para pacientes com câncer de esôfago (mas não só) e foi realizada nesta semana com os residentes Alini Luz e Rodrigo Galvão, no Serviço de Gastrocirurgia do Hospital do Servidor Estadual - SP.
Exatamente no mesmo dia e hora, terça-feira, 11h00, a mãe de uma paciente minha era submetida a igual procedimento, na Unicamp, por um de meus ex-professores.
Ambos pacientes estão evoluindo muito bem no pós operatório.
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Na foto da direita estou feliz (e menos grisalho) em 2013, no meu casamento com a Patricia De Paulo Giacon, ao lado meus tios Helge e Marina.
Eu morei na casa deles durante toda faculdade de Medicina. Foram meus pais por seis anos.
Tio Helge, uma das pessoas mais extraordinárias que conheci, faleceu em 2015 por complicações dessa cirurgia.
Ele tinha câncer de esôfago em fase inicial.
E justo nesta semana completo dezesseis anos de formado.
Meus tios me permitiram ser médico.
Eu penso no meu tio quase todos os dias. Era um sábio. Eu queria que ele estivesse vivo e sorrindo desse jeito, sempre com uma história e um conselho na ponta da língua.
Se hoje faço cirurgias de alta complexidade (que muitas vezes não dão certo) mas são a única possibilidade de cura, é porque no fundo eu gostaria que os “tios Helges” de cada família fiquem por aqui nos ajudando e aconselhando por mais algum tempo.
E, de preferência, sorrindo assim.
Tem heroínas de verdade...sim.
Kaio é um menino especial. Nasceu com paralisia cerebral, e até um ano de idade respirou e se alimentou por sondas.
Uma vez retiradas, o orifício na barriga por onde a sonda alimentar passava nunca cicatrizou.
Em quinze anos, esse menino desenganado cresceu, se desenvolveu, e hoje tem uma vida plena.
Foram também quinze anos procurando alguém para operá-lo, sem sucesso, entre internações, antibióticos e bastante sofrimento.
Ontem nós o operamos: e ele se saiu muito, muito bem.
Nada de secreção mal cheirosa saindo pela barriga. Achei que eu tinha sido um herói.
Que engano!
Kaio e sua irmã foram adotados por uma mãe (hoje viúva) que já tinha cinco filhos (um falecido): TODOS adotivos. Foram SETE adoções.
Eu até posso fazer diferença na vida das pessoas, pontualmente. Mas tem gente, como essa mulher, que faz a diferença na vida das pessoas para todo o sempre.
Estes, sim, são heróis de VERDADE.
E quando o médico fica doente? (Publicado em Outubro/2018)
Há trinta dias fui internado pela primeira vez na vida: um quadro de “gripe”, que viria ser uma pneumonia grave, além de - pra minha surpresa - tuberculose.
Foram treze dias no hospital, isolado, tomando antibióticos e nove quilos mais magro.
Na alta, em casa, às voltas com o tratamento nada confortável da tuberculose, tinha recuperado um pouco de peso.
De repente, na sexta-feira, faço 39,9º de temperatura, falta de ar e palpitação: em menos de 3 horas eu reinternava em sepse direto na UTI.
Melhorei, já estou no quarto, mas sem previsão de alta ou de volta ao trabalho.
Duas infecções graves em 30 dias.
Cansei de pensar, já chorei sozinho e morria de medo de ter transmitido alguma coisa pra minha filha e esposa, que está grávida.
Sim, estamos grávidos, descobrimos quando internei na primeira vez.
Hoje já consigo organizar alguma coisa na minha cabeça: sobrou muito pouco.
Muito pouco mesmo: esposa que tem se desdobrado, filha que sente nossa falta, família e alguns bons amigos preocupados.
Enfim, sobrou o essencial.
Não tenho idéia do dia de amanhã: queria ficar bom hoje.